Platão – a felicidade
através do conhecimento e da bondade
Eudamonia (grego antigo) significa bem ou
poder concedido pelos deuses. A felicidade era tida como um bem instável que
dependia tanto da conduta pessoal, como da boa vontade divina.
Platão e Sócrates foi um dos principais
pensadores gregos que contradizeram essa instabilidade, em busca de uma
felicidade estável.
Para Platão o mundo material (dos cinco
sentidos) é enganoso. Nele tudo é instável e por meio dele não pode haver
felicidade, então é o abandono das ilusões dos sentidos em direção ao mundo das
idéias, até alcançar o conhecimento supremo da realidade, correspondente da
idéia do bem.
Ginastica e dialética – para Platão, o
ser humano é essencialmente alma, que é imortal e existe previamente ao corpo.
A união da alma com o corpo é acidental, pois o lugar próprio da alma não é o
mundo sensível, e, sim, o mundo inteligível. A alma se dividiria em três
partes:
·
Alma
concupiscente – situada no ventre e ligada aos desejos carnais;
·
Alma
irascível – situada no peito e vinculada as paixões e
·
Alma
racional – situada na cabeça e relacionada com o conhecimento.
A vida feliz de uma pessoa dependeria da
devida subordinação e harmonia entre essas três almas. A alma racional
regularia a irascível, e esta controlaria a concupiscente, sempre com a
supervisão da parte racional.
Para apoiar essa tarefa, Platão propunha
duas práticas: ginástica e dialética.
Ginastica – atividade
física por meio da qual a pessoa dominaria as inclinações negativas do corpo.
Dialética – método de
dialogar pelo qual se ascenderia progressivamente do mundo sensível ao mundo
inteligível, onde se encontram as idéias perfeitas.
Idéia do bem – por meio dessas práticas,
especialmente da dialética, a alma humana penetraria o mundo inteligível,
conhecido com mundo das idéias, e se elevaria sucessivamente mediante a
contemplação das idéias perfeitas, até atingir a idéia suprema, que é a idéia
do bem. A felicidade é o resultado final de uma vida dedicada a um conhecimento
progressivo até atingir a idéia do bem. Aquele que alcança o conhecimento
verdadeiro (bem) torna-se um ser melhor em sua essência e, por isso, vive mais
feliz.
Bem de todos – Platão entende que a mais
nobre de todas as ciências é a política. Estabeleceu como meta
político-filosófica definir o caminho para o bem de todos (bem comum). Propôs
em A República, uma sociedade ideal. Nela cada indivíduo teria uma função
social(definida em três grupos: produção dos bens materiais e de alimentos,
defesa da cidade e administração da pólis) que lhe é própria, natural,
respectivamente em três tipos: produtora, guerreira ou sábia.
A aptidão de cada um seria identificada
durante o processo educativo, igual para todos. Os filósofos – considerados os
mais sábios e conhecedores do caminho da felicidade – seriam destinados aos
cargos mais altos, tornando-se os governantes da cidade. Dentro dessa
organização todos seriam felizes, porque estariam cumprindo a função para qual
é mais apto por natureza.