sábado, 2 de junho de 2012

A Felicidade


Platão – a felicidade através do conhecimento e da bondade
         Eudamonia (grego antigo) significa bem ou poder concedido pelos deuses. A felicidade era tida como um bem instável que dependia tanto da conduta pessoal, como da boa vontade divina.
         Platão e Sócrates foi um dos principais pensadores gregos que contradizeram essa instabilidade, em busca de uma felicidade estável.
        Para Platão o mundo material (dos cinco sentidos) é enganoso. Nele tudo é instável e por meio dele não pode haver felicidade, então é o abandono das ilusões dos sentidos em direção ao mundo das idéias, até alcançar o conhecimento supremo da realidade, correspondente da idéia do bem.
        Ginastica e dialética – para Platão, o ser humano é essencialmente alma, que é imortal e existe previamente ao corpo. A união da alma com o corpo é acidental, pois o lugar próprio da alma não é o mundo sensível, e, sim, o mundo inteligível. A alma se dividiria em três partes:
·           Alma concupiscente – situada no ventre e ligada aos desejos carnais;
·           Alma irascível – situada no peito e vinculada as paixões e
·           Alma racional – situada na cabeça e relacionada com o conhecimento.
      A vida feliz de uma pessoa dependeria da devida subordinação e harmonia entre essas três almas. A alma racional regularia a irascível, e esta controlaria a concupiscente, sempre com a supervisão da parte racional.
         Para apoiar essa tarefa, Platão propunha duas práticas: ginástica e dialética.
        Ginastica – atividade física por meio da qual a pessoa dominaria as inclinações negativas do corpo.
         Dialética – método de dialogar pelo qual se ascenderia progressivamente do mundo sensível ao mundo inteligível, onde se encontram as idéias perfeitas.
        Idéia do bem – por meio dessas práticas, especialmente da dialética, a alma humana penetraria o mundo inteligível, conhecido com mundo das idéias, e se elevaria sucessivamente mediante a contemplação das idéias perfeitas, até atingir a idéia suprema, que é a idéia do bem. A felicidade é o resultado final de uma vida dedicada a um conhecimento progressivo até atingir a idéia do bem. Aquele que alcança o conhecimento verdadeiro (bem) torna-se um ser melhor em sua essência e, por isso, vive mais feliz.
        Bem de todos – Platão entende que a mais nobre de todas as ciências é a política. Estabeleceu como meta político-filosófica definir o caminho para o bem de todos (bem comum). Propôs em A República, uma sociedade ideal. Nela cada indivíduo teria uma função social(definida em três grupos: produção dos bens materiais e de alimentos, defesa da cidade e administração da pólis) que lhe é própria, natural, respectivamente em três tipos: produtora, guerreira ou sábia.
        A aptidão de cada um seria identificada durante o processo educativo, igual para todos. Os filósofos – considerados os mais sábios e conhecedores do caminho da felicidade – seriam destinados aos cargos mais altos, tornando-se os governantes da cidade. Dentro dessa organização todos seriam felizes, porque estariam cumprindo a função para qual é mais apto por natureza.